Portugueses têm níveis de inclusão financeira elevados. Verifique se está na média
27.12.2021Banco de Portugal diz que 70% dos portugueses tem níveis de inclusão financeira altos.
A informação está desenvolvida no relatório sobre Inclusão Financeira e Digital e Escolha de Produtos Bancários em Portugal, publicado em setembro, pelo Banco de Portugal.
No relatório são analisados dados recolhidos no início de 2020, no âmbito do 3.º Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa, publicado em junho de 2021. Este inquérito, da responsabilidade do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF), atualiza os dados do inquérito realizado há cinco anos.
Voltando ao relatório sobre Inclusão Financeira e Digital e Escolha de Produtos Bancários em Portugal, a entidade reguladora do setor bancário refere que cerca de 70% dos portugueses tem um nível elevado de inclusão financeira. Significa isto que utilizam com regularidade contas de depósito à ordem, além de outros produtos financeiros como depósitos a prazo (41,6%) ou cartões de crédito (36,2%).
Mais de metade dos inquiridos sabe que existem contas de serviços mínimos bancários (50,9%) e que para acederem à mesma só podem ter apenas uma conta à ordem em todo o sistema bancário (23%).
Canais digitais já chegam a quase metade dos portugueses
Os canais digitais dos bancos (homebanking ou apps) são utilizados por quase metade dos entrevistados para acesso à conta de depósito à ordem e outros produtos e serviços bancários. Existem, no entanto, diferenças significativas entre as faixas etárias. Enquanto 74,7% das pessoas com entre 25 e 39 anos utilizam estas formas de acesso, esse valor cai para 8,1% entre os entrevistados com 70 ou mais anos.
Poupança é uma preocupação dos portugueses
São cada vez mais os portugueses que fazem poupança. A percentagem tem vindo a aumentar ligeiramente em cada inquérito. Neste relatório, 60% dos inquiridos disseram fazer poupança (59% em 2015 e 52% em 2010).
Os objetivos são fazer face a despesas imprevistas, um tema que já abordámos anteriormente, mas também para facilitar o pagamento de despesas futuras não regulares, como férias ou viagens, para pagar a educação e ajudar os filhos ou para a reforma. Um orçamento familiar ajuda muito a conseguir orientar todas estas poupanças.
Portugueses querem informar-se quando subscrevem produtos e serviços
Na hora de contratar um empréstimo, três quartos dos entrevistados referem ler a informação pré-contratual e contratual. E, quando optam por contratar depósitos a prazo, a leitura dessa informação também é realizada (72% dos inquiridos).
Além disso, em caso de dúvida, o conselho do colaborador da instituição é valorizado. Aproximadamente 64% dos entrevistados recorre ao colaborador para tirar dúvidas quando faz a contratação de empréstimos e 41,4% também o faz quando contrata depósitos a prazo.
É, no entanto, de salientar que cerca de um terço dos entrevistados não pesquisou nem considerou outras opções na contratação dos seus empréstimos.
Nível de escolaridade influencia compreensão de conceitos financeiros
Os entrevistados com maiores níveis de escolaridade e de rendimento apresentam melhores resultados no índice de literacia global do Banco de Portugal.
No entanto é transversal a fragilidade na descrição de conceitos como Euribor e spread.
São os jovens que apresentam níveis mais elevados que os portugueses com 70 ou mais anos. Entre empregados e desempregados o nível de literacia é também mais elevado para quem tem trabalho. As mulheres apresentam, em geral, resultados aquém dos homens.
Índice de literacia financeira global: o que é?
O índice de literacia financeira global, resulta da agregação de variados índices (inclusão financeira, inclusão financeira digital, gestão da poupança, escolha e gestão de produtos bancários e compreensão sobre produtos bancários).
Globalmente, o índice de literacia financeira global é crescente com o rendimento e nível de escolaridade. Os entrevistados com rendimentos acima de 2500 euros apresentam um índice de 75,8, enquanto os agregados com rendimentos até 500 euros apresentam um índice de 39.
O índice é mais elevado também entre os entrevistados com entre 25 e 54 anos, pessoas empregadas e homens.