Conclusões e Recomendações Unipessoal, Lda

Renegociar o crédito à habitação: aliviar despesas mensais e evitar incumprimento

29.01.2022
Crédito

Se está com dificuldades em pagar o seu crédito, procure renegociar as condições.

Renegociar o crédito à habitação – ou outros créditos – é uma opção para quem não quer entrar em incumprimento ou simplesmente pretende pagar menos pelo seu empréstimo todos os meses. Assim, além de consolidar vários créditos num único empréstimo, aquela é outra opção para tentar reduzir as despesas com os empréstimos contraídos com a banca, pelo menos a curto prazo.

Esta alternativa é particularmente relevante nos dias de hoje, mesmo após a passagem de vários meses sobre o final das moratórias atribuídas pelo Estado e pelos bancos, devido à COVID-19, pois muitas pessoas ainda não conseguiram voltar a desempenhar as funções que tinham antes da pandemia.

Embora seja a solução para evitar o incumprimento junto do seu banco, faça sempre bem as contas para manter a taxa de esforço sob controlo.

Reduzir a taxa de esforço mensal

Através da renegociação de créditos pode, por exemplo, prolongar o prazo do seu empréstimo, dispersando o montante total que tem a pagar por mais tempo, ficando a pagar menos mensalmente, o que lhe alivia a taxa de esforço. Se perdeu o emprego, continua em lay-off ou tem um negócio que ainda não conseguiu reanimar, esta pode ser a solução para ter mais liquidez.

É que no limite, se não pagar o seu crédito hipotecário, poderá mesmo perder a sua habitação própria e permanente.  Com a renegociação de crédito, apesar de ficar mais no final do empréstimo, conseguirá manter a sua casa. Entre as duas opções, é fácil decidir.

Como aumentar a probabilidade de sucesso no processo de renegociação de crédito?

Antes de mais, o banco espera que não tenha episódios de incumprimento anteriores, é um bom ponto de partida.

Além disso, a taxa de esforço é outro indicador a que o banco se agarra. Embora seja uma opção, nem sempre é o momento certo para a fazer. Se a sua situação financeira já estiver demasiado corroída, o banco, provavelmente, não irá aceitar a renegociação.

Os especialistas defendem que a taxa de esforço não deve ultrapassar os 30% a 40%, consoante o tipo de crédito, ou seja, entre as suas receitas e despesas como o crédito deve existir ser essa. Se a taxa de esforço for superior aos valores apontados implica riscos de incumprimento futuro. E os bancos, naturalmente, não querem partilhar esse risco.

Para chegar ao banco bem documentado, deve fazer, por si mesmo, o cálculo dessa taxa de esforço. Se ainda não o fez é a oportunidade de começar o seu orçamento familiar.

- Verifique quantos créditos tem, quais as condições contratadas (prazo, taxa de juro).

- Consulte o seu mapa da de responsabilidade de crédito no sítio de Internet do Banco de Portugal (deve autenticar-se com o cartão de cidadão ou com dados de acesso ao portal das Finanças). Aí está consolidada toda a informação de créditos que tenha em diferentes bancos (crédito à habitação, planfond de cartões de crédito, crédito pessoal, entre outros).

- Se quiser afinar a sua taxa de esforço deverá incluir, além dos encargos com créditos, outras despesas como a electricidade, a água ou as telecomunicações.

Como renegociar de facto o seu crédito junto do seu banco?

Se chegar ao banco documentado com a informação recolhida, o banco consegue, em minutos, perceber quais são:

- os seus rendimentos;

- as despesas gerais;

- e os encargos com créditos.

E ficará a perceber mais rapidamente quais são as suas intenções que passam, naturalmente, por poder continuar a cumprir as suas obrigações.

Quais são as variáveis que posso procurar renegociar?

Os contratos de crédito são compostos por diferentes variáveis que pode procurar ajustar para ganhar alguma folga financeira. Para o efeito por procurar:

- negociar as taxas de juro;

- prolongar o prazo do crédito à habitação (pode ir até aos 50 anos, desde que a idade do titular no final do contrato não seja superior a 75 anos);

- rever das garantias, introdução de uma fiança ou de um aval, entre outras opções;

- optar por carência de capital e/ou juros (12 a 48 meses) – no final deste período a prestação será superior à que pagava antes;

- estipular um valor residual a pagar no final do prazo do empréstimo (terá uma prestação mais baixa, mas mais juros a pagar no final;

- negociar as condições e custos associados aos créditos tendo em conta a Taxa Anual Efetiva Geral (TAEG);

- transferir o seguro de vida ou alterar outros produtos associados ao seu crédito. Neste caso em particular, deve ter em atenção o impacto que pode ter no spread, para verificar se beneficia ou não com a alteração.

E se o banco não aceitar o pedido? Que outras opções existem?

Se, mesmo assim, não encontrar resposta por parte do seu banco, poderá optar por contactar outro(s) banco(os) para fazer uma transferência de crédito. Na sequência deste(s) contacto(s), poderá encontrar uma opção mais vantajosa noutra entidade.

Junto do banco novo deverá solicitar uma simulação que seja mais vantajosa que a que já tem. Verifique os requisitos que necessita cumprir para obter o melhor spread. Verifique as condições dos seguros de vida, multirriscos, de saúde, cartões de crédito ou Planos Poupança Reforma (PPR) que possam, em conjunto, acumular poupanças para si.

Esteja atento às alternativas e tente renegociar condições como o que paga pelo spread e outros encargos. Pondere a subscrição de outros produtos e serviços como por exemplo, seguro de vida, seguro de saúde, cartões de crédito ou PPR numa mesma entidade. Este esforço pode trazer-lhe poupanças nos encargos totais associados. Atenção que é ainda habitual que os bancos novos ofereçam os custos relativos à transferência do crédito.

De qualquer modo, não desista de imediato do seu banco atual. Quem sabe, se voltar ao seu banco com a proposta de outra entidade, aquele irá optar por mantê-lo como cliente. 

Soluções alternativas para reduzir as prestações de crédito mensais

Se continuar sem conseguir a renegociação ou a transferência do crédito para reduzir os seus encargos, recorde o nosso artigo «Crédito Consolidado: uma solução para poupar dinheiro».

Mas, tome sempre atenção: a consolidação de crédito pode aliviar-lhe o orçamento familiar, mas é importante fazer bem as contas. Se, à partida, ficar com apenas uma prestação mais baixa do que o somatório das prestações que pagaria pelos vários créditos e uma taxa de juro média mais reduzida, no total acabará por pagar um valor mais elevado, devido a juros, comissões.

Seja qual for a solução que venha a encontrar procure poupar pelo menos uma parte da diferença entre o que pagava e o que passa a pagar. Abra uma conta-poupança ou escolha outra opção para multiplicar o valor depositado. Deste modo, com o tempo, poderá amortizar o ou os créditos restantes.

Como habitualmente, recorde-se que sozinho vai mais depressa, mas acompanhado chega mais longe. Por isso, recorra sempre que necessário aos franchisados da MaxFinance que o podem ajudar a encontrar a melhor solução para o seu problema.


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